Filha de Will Smith divulga obra de artista paraense

Filha de Will Smith divulga obra de artista paraense (Foto: Reprodução/Instagram)
(Foto: Reprodução/Instagram)










A artista paraense Thays Chaves, natural de Ourém, nordeste do Pará, fez uma aquarela inspirada na atriz e cantora norte-americana Willow Smith, filha do ator Will Smith e da atriz Jada Pinkett Smith. A imagem atravessou fronteiras e ganhou o mundo digital, quando a própria Willow a compartilhou em sua página no Instagram no dia 24 de abril, fazendo referência ao perfil da paraense, @n.a.z.a.s. Com mais de 20 mil curtidas até o final da noite, e cerca de 200 comentários, rapidamente Thays se tornou um nome conhecido internacionalmente.


“Todo dia eu me pergunto se vale a pena o que eu faço, o que eu estudo pra ser, o que eu sou. Significa muito pra mim ser visibilizada por uma pessoa que é minha referência pra vida, desde adolescente. E nessas horas eu sei que vai valer a pena, porque já vale”, escreveu Thays no Facebok ao comentar a notícia.
Aos 21 anos, a artista cursa Artes Visuais na UFPA, tem uma pesquisa na linha do chamado “afrofuturismo amazônico”, com toques de empoderamento nortista e estética technomelody. A obra chamada de “Willow” foi concebida por Thays Chaves no final do ano passado, em uma das experimentações de “Nazas”, como ela assina seu trabalho. “É uma obra minha, com referência ao rosto dela, e foi a primeira vez que eu pintei com aquarela. Trabalho com diversas linguagens, como pintura digital, fotografia, pintura a óleo, experimentações diversas, mas nunca tinha feito nada com aquarela”, diz.
IDENTIDADE NEGRA AMAZÔNICA
"Significa muito pra mim ser visibilizada por uma pessoa que é minha referência pra vida, desde adolescente.”, diz Thays Chaves, artista visual (Foto:divulgação)

Somente agora, Thays mostrou a arte para a musa inspiradora. “No sábado eu decidi enviar para ela via direct no Instagram, com uma mensagem em inglês. Ela visualizou e depois compartilhou. Eu não sabia que ela ia compartilhar e fiquei muito surpresa, até porque imagino que milhões de pessoas devem entrar em contato com ela todos os dias de diversos lugares do mundo”, diz a paraense, em êxtase com a situação. Desde então, ela conta que tem sido ótima a repercussão. “Acho que é muito importante o que ela fez pela visibilidade que isso gera. É um post internacional, o que com certeza dá uma visibilidade bem maior para o meu trabalho”, avalia.
POPULAR
Não é a primeira vez que o trabalho da jovem se propaga pelas redes sociais. Uma fotografia de Caio Aguiar com composição dela e Damião Marcos já foi destaque no “Mídia Ninja”, uma rede de comunicadores que visa produção colaborativa de conteúdo, e continua circulando. A obra “A Criação do Ribeirinho”, faz clara referência à “Criação de Adão”, pintada por Michelangelo no teto da Capela Sistina, em Roma. Nesse caso, Thays também serviu de modelo. “Eu e meu amigo posamos para foto e logo depois ela estava na internet”, recorda. “Agora, pela primeira vez o destaque foi a uma obra só minha. É uma visibilidade real”, considera.
‘A Criação do Ribeirinho’ fotografia de Caio Aguiar a partir de composição de Damião Marcos e Thays Chaves feita em Ourém e que foi parar no “Mídia Ninja” (Foto: Caio Aguiar)

Recentemente, Thays participou da exposição “Quieto Como é Mantido”, junto a outras 15 artistas negras. Além de apresentar seu trabalho, ela fez a curadoria da mostra em conjunto com outra artista, Ceci Bandeira. A representatividade negra, aliás, é um dos principais focos de sua carreira, que mantém um espírito libertário. “A estética que busco transmitir com o afrofuturismo amazônico e o technomelody é esse espírito da identidade negra amazônida, da periferia, inclusive enquanto pessoa eu busco isso. Mesmo sendo acadêmica de arte, eu me vejo como uma artista aleatória, porque não tenho uma linha a seguir e não pretendo seguir uma carreira focada em uma única linguagem, num formato, mas ainda vivenciar a fotografia, a ilustração, a colagem, sempre produzindo várias coisas relacionadas ao realismo, abstracionismo e essa minha forma de ver o mundo”, conclui.
Por: (Wal Sarges/Diário do Pará)

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